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O Man Booker pode ser africano

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Chama-se Chinua Achebe e é até agora o único vencedor africano da versão internacional de um dos prémios literários mais conceituados do mundo – o Man Booker.


Agora, com o anúncio da lista dos dez finalistas deste ano, o escritor nigeriano tem uma grande probabilidade de arranjar companhia: quatro dos candidatos ao prémio são africanos.


O Man Booker Internacional, no valor de 83 mil euros, existe desde 2005 e é entregue de dois em dois anos. A Chinua Achebe, que venceu em 2007, juntam-se na lista dos vencedores um europeu – o albanês Ismael Kadaré – e três grandes nomes da literatura norte-americana: Alice Munro, Philip Roth e Lydia Davis.


A 19 de Maio, no Victoria and Albert Museum, em Londres, pode acrescentar-se a este pódio mundial o nome do moçambicano Mia Couto, do líbio Ibrahim al-Koni, do congolês Alain Mabanckou ou da sul-africana Marlene van Niekerk.


Nenhum destes países tinha sido representado na lista de finalistas do prémio até agora.


Concorrem com eles os escritores César Aira (Argentina), Hoda Barakat (Líbano), Maryse Condé (Guadalupe), Amitav Ghosh (Índia), Fanny Howe (EUA) e Lászlo Krasznahorkai (Hungria), mas os quatro nomes abaixo é que tem mesmo de conhecer melhor.


Mia Couto


O mais surpreendente é que se consiga traduzir para inglês, o idioma do júri do prémio, todos os contornos encantados da escrita do moçambicano Mia Couto. É um autor de língua portuguesa, com um nome inspirado pelos gatos da sua infância e formado em biologia, que absorve todas as características do falar moçambicano.


Com uma obra extensa, já venceu o Prémio Camões e é um dos escritores africanos que mais vende no mundo todo.


Leitura recomendada: Terra Sonâmbula, Caminho.

Ibrahim al-Koni


Pode ser difícil imaginar um homem que cresceu no deserto a alcançar uma obra literária que já tem cerca de 80 volumes de livros publicados, mas é essa a história de Ibrahim al-Koni.


Criado na Líbia dentro da tradição Tuareg, um povo conhecido como os homens de azul ou homens de véu, deixou que esse ambiente quase mitológico e espiritual invadisse a sua escrita.


Aprendeu a escrever árabe aos 12 anos e é nessa língua que escreve todos os seus livros.


Leitura recomendada: Gold Dust, Arabia Books.

Alain Mabanckou


Ensina literatura nos EUA, estudou em França mas foi em Pointe-Noire, no Congo, que cresceu. Autor com um sentido de humor apurado, que usa habitualmente boina, tanto escreve prosa como poesia, mas é no género romance que se tornou um dos mais famosos escritores africanos em França: por lá conquistou o conceituado prémio Renaudot.


Desde 2013 que organiza um grande festival literário no Congo, em Brazaville.


Leitura recomendada: Tomorrow I’ll Be Twenty, Serpent’s Tail.

Marlene van Niekerk


Autora de um dos primeiros livros publicado em afrikaans depois das primeiras eleições democráticas na África do Sul em 1994, o seu primeiro romance foi também o primeiro livro nesta língua a ganhar o prémio Noma ainda por publicar em África.


Homossexual assumida e activista pelos direitos das mulheres, Marlene van Niekerk já foi professora de literatura em várias universidades da África do Sul e foi distinguida no seu país em 2011 com a Ordem de Ikhamanga.


Leitura recomendada: Triomf, Jonathan Ball Publishers.