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O movimento da coroa afro
Nappys de Babi nasceu na Costa do Marfim e celebra o cabelo afro ao natural, sem extensões nem alisamentos.
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Numa mulher negra com raízes africanas a coroa afro é um traço característico da sua beleza exótica. Ao fugir do estereótipo ocidental do cabelo fino e liso, a sua rebeldia capilar é muitas vezes estigmatizada pela sociedade, mesmo dentro das comunidades Africanas.
Na Costa do Marfim nasceu um movimento de celebração do cabelo afro ao natural, sem extensões nem alisamentos, e que apoia todas as mulheres que desejem abraçar as suas raízes, mantendo e cuidando da sua coroa afro no dia-a-dia.
Fundado por Mariam Diaby, no dia em que decidiu não estragar mais o seu cabelo na tentativa de o tentar domar, Nappys de Babi (sendo Nappy uma junção de “natural” com “happy” e Babi o termo diminutivo da cidade Abidjan, na Costa do Marfim) é um movimento que conta já com quase 10 mil mulheres que decidiram aprender a gostar do seu cabelo natural, partilhando entre si experiências, testemunhos de estigma e dicas sobre as várias formas de valorizar o seu cabelo recorrendo a penteados tradicionais.
Azi Oyourou, apoiante do movimento e proprietária de um dos poucos salões de beleza para cabelo natural em Abidjan, conta que inclusive muitas vezes as mulheres negras são obrigadas a usar perucas para poder trabalhar, o que as desmotiva de cuidar do seu cabelo original.
Este movimento chamou a atenção da blogger de beleza afro-americana Bibi Gnagno, que após anos a viver na Califórnia, decidiu regressar à sua cidade-natal, Abidjan, para documentar esta comunidade crescente de mulheres orgulhosas na aceitação das suas raízes naturais e confiantes numa mudança do estigma contra o cabelo africano.
“Is That (All) Your Hair?” é o nome do documentário que Bibi está a montar, explorando visualmente a cultura e identidade enraizadas na forma como as mulheres africanas escolhem estilizar o seu cabelo, e aprofundando também temas como a mobilidade social e o poder de sedução, que a blogger acredita estarem intimamente ligados com a auto-estima desenvolvida em torno da mulher aceitar ou não o seu cabelo natural.
Tanto o movimento Nappys de Babi, como o documentário que o vai materializar em imagem, procuram encontrar no coração do estereótipo da beleza africana as motivações que levam a mulher negra a rejeitar o seu cabelo natural, tentando, no fundo, contrariar esta tendência e criando uma nova: a de aceitação da coroa afro.