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Person of Interest #1: Thelma Golden

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A estreia da nova rubrica Person of Interest não poderia começar da melhor maneira. Convidamo-lo a conhecer Thelma Golden, directora e curadora do The Studio Museum, em Harlem, Nova Iorque.


Mas, o que tem Thelma Golden de especial? Golden dedica a sua vida a estimular a arte africana, em toda a sua diáspora, em Nova Iorque e no mundo.


Quem é Thelma Golden?


Nascida e criada em Queens, um dos cinco distritos que formam a movimentada cidade de Nova Iorque, aos 12 anos já sabia o que queria ser – curadora. Ainda no liceu, Golden fez um estágio na área no Metropolitan Museum of Art (MET).


“A ideia de ver coisas com centenas de anos, que foram resgatadas e preservadas era fascinante para mim”, confessa numa entrevista à Artsy.


Em 1987, licenciou-se em História de Arte e Estudos Afro-americanos pelo Smith College. Passado apenas um ano, Thelma tornou-se curadora do Whitney Museum of American Art, cargo que exerceu durante 10 anos até chegar a directora da instituição.


Lá, organizou inúmeras exposições mas uma, em particular, foi responsável por levar o seu nome à ribalta. Em 1993, em conjunto com três curadores, Thelma Golden organizou a ‘1993 Whitney Biennial’.


A Revolução da ‘1993 Whitney Biennial’


Terá sido a reforma da arte nos EUA? A verdade é que, ainda nos dias de hoje, a ‘1993 Whitney Biennial’ é conhecida como a exposição americana mais controversa de sempre.


Em 1932, época onde as mais importantes exposições de arte em solo americano seguiam princípios rígidos e conservadores e eram administradas por júris académicos, a Whitney Museum of American Art lançou a novidade: uma exposição sem júris nem prémios e onde os próprios artistas faziam a selecção das obras que queriam expor.


Mas a exposição de 1993 deixou mais marca na história do que o anúncio revolucionário dos anos 30. Ganhou o cognome de Bienal Politica, com um prenúncio pesado sobre a distinção racial e a sociedade. Na altura, Roberta Smith, critica de arte, escreveu no New York Times:


“Uma exposição menos sobre arte e mais sobre os nossos tempos”.









À entrada, os visitantes encontravam um mural da autoria da fotógrafa afro-americana Pat Ward Williams, com 5 jovens negros, grafitado com as palavras “Para onde é que estás a olhar?”.


Mas o tumulto continuava – o artista Daniel J. Martinez distribuía a todos os visitantes etiquetas onde se lia “Não me consigo imaginar a querer ser branco”.



© New Museum // Daniel J. Martinez // D.R.


Sobre a polémica bienal, Thelma Golden confessa, numa entrevista à Artsy, “É gratificante ver que a Bienal de 93 ainda vive nas bocas do mundo. Não quero levar o crédito disso por ter sido algo que fiz mas sinto-me extremamente orgulhosa por ter sido uma parte dela. Nem é a exposição em si, mas sim o que ela me permitiu. Alguém tem que por as mãos na massa, não é?


dez anos à frente do The Studio Museum, Thelma Golden continua a fazer marcação cerrada à nova geração de artistas.


No início, quando voltou a Harlem, Golden deparou-se com o estigma da arte-negra. Para contornar a situação, a curadora e a presidente executiva Lowery Strokes Sims uniram-se ao artista Glenn Ligon e idealizaram uma exposição com artistas emergentes na esperança que o estereótipo da arte-negra se pudesse reverter através das gerações mais jovens.


A ideia concretizou-se e o sucesso levou a que o The Studio Museum redefinisse a terminologia da arte de descendência africana. A reputação do museu, hoje liderado por Golden, fê-lo ficar conhecido como “um íman para os amantes de arte e artistas emergentes”.


Thelma nos dias de hoje


Thelma Golden é uma mulher carismática, sonhadora, lutadora e cheia de estilo, facto que lhe valeu um perfil na Vogue americana.


Responsável pelo rompimento de estigmas no mundo artístico, Thelma é líder, directora e cara de um museu internacionalmente reconhecido e é afro-americana. E nada a convence a abrandar.


Thelma Golden é uma Mulher DIVO.




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