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Do aroma não reza a história

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Lembra-se do livro ‘O Perfume’ de Patrick Suskind? E de como, de entre todos os sentidos, o olfacto seria o menos perpétuo nas memórias de cada um de nós? Oito designers de topo apresentaram em Milão os frascos que imaginaram para outros tantos perfumes icónicos perdidos ao longo dos anos. E fragrâncias a condizer, made on purpose.


A história dos perfumes é antiga, pré-histórica e mundial. Foi um mercado sempre contínuo, por vezes razão de ser da riqueza de uma zona ou de uma etnia. Mas enquanto nos outros sentidos encontramos registos e sabemos como as coisas eram – pela pintura, como era a música ou a que sabia um capão assado com mel e pimenta –, dos olfactos não há memórias. Melhor, memórias há, registos não. Sabemos que Cleópatra se perfumava com ceras e óleos, mas a que cheirava ela? E que rasto aromático deixaria Isadora Duncan, no boulevard?


A mostra foi promovida pela BE OPEN, fundação internacional que opera no design e na criatividade, e decorre no Orto Botânico de Milão, durante a Expo Milão 2015, até 31 de Outubro.


A fundação decidiu explorar a fileira das fragrâncias, dando foco especialmente às marcas importantes do passado já desaparecidas, etiquetas de excelência cuja fama decresceu ao longo do tempo, em grande parte devido ao demasiado agressivo modo do mercado globalizado.


Ferrucio Laviani coordenou a exposição onde Tord Boontje, os irmãos Campana, o Dimore Studio, as meninas do Front, Jaime Hayon, a Lissoni Associati, Jean-Marie Massaud e o atelier Nendo (eu disse-lhe, todos de topo), tentaram apanhar, com o desenho de um frasco, uma fragrância esquecida.


O perfumista Gérald Ghislain, fundador da Histoire de Parfums, fez o resto e encheu cada frasco com a fragrância certa, criada para unir a visão dos designers à aura da marca desaparecida.


Este é um projecto que faz parte integrante de outro maior, o comércio justo e sustentável, moto de que a BE OPEN se orgulha e defende. Com este caso concreto, tenta alertar para as melhorias que as potencialidades socio-económicas, implicadas na simples existência das pequenas mas boas marcas, podem trazer para um maior equilíbrio financeiro global.


Em cada foto seguinte segue a memória descritiva de cada projecto, tanto do frasco – e do layout que o rodeia – como da fragrância.


João Galvão – Shopping Visadron