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Jikulumessu

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Estreou em Outubro passado a segunda telenovela da Semba Comunicação, Jikulumessu. Foi com a história de Joel Kapala que conseguimos viajar, não só no tempo, até à Luanda de 1998, como um pouco por todo o país. Agora, a DIVO faz uma pequena viagem aos bastidores e conta como foi possível levar esta história até ao pequeno ecrã.


O início da trama tem como cenário a Fenda de Tundavala, onde o jovem Joel conta à sua irmã como 1998 ficará marcado na sua história como o ano em que conseguiu entrar no Colégio de Santa Agnes, em Luanda, o colégio com mais prestígio do país.


A ideia original do argumento partiu de Coréon Dú, que pretendia desafiar-se e à equipa de escrita da Semba Comunicação a escrever “uma telenovela com maior influência do drama e menos da comédia”.


Como é que se ultrapassa esse desafio? “Escolhi um tema que aflige todos os seres humanos: os traumas. Todas as personagens principais sofreram experiências traumáticas que foram essenciais para a formação do seu carácter”, explica Coréon Dú.


Traumas esses que aconteceram durante o primeiro bloco da novela, em 1998, que, de acordo com Alexandre Castro, um dos guionistas, permitiu “apresentar as personagens principais durante a sua adolescência e mostrar como alguns deles viveram acontecimentos que marcaram as suas vidas para sempre”, dando-lhes mais dimensão e criando uma identificação com o público.


São estas personagens principais, cujas histórias orbitam em volta da vida do jovem Joel e que se vão cruzando no seu caminho ao longo da trama, que dão vida a Jikulumessu.




Um processo difícil, mas estimulante. “Dentro da ficção e de um modo geral, a novela é o género que trabalha com mais personagens, o que tem tanto de esquizofrénico como de desafiante. A receita é nunca perder o foco do núcleo principal, sem esquecer que há outras histórias para avançar que o público também quer ver”, revela Alexandre.


Histórias que não são um mar de rosas. Logo nos primeiros episódios de Jikulumessu, umas das famílias principais, a família Cabral, é profundamente abalada com a morte da jovem Nzola, vítima de violação. “Por vezes, o que se pretende é gerar o debate sobre temas mais sensíveis e não, simplesmente, gerar indignação. Tentamos sempre fazê-lo de forma enriquecedora e criativa”, afirma o guionista.


Para Coréon Dú, são “esses temas que permitem gerar os conflitos entre as personagens, e as suas lutas internas, e é saudável quando as suas vidas são motivo para debate social, tanto numa vertente lúdica, como mais reflexiva”, usando como exemplos a falta de ética do deputado Walter Nambe (Miguel Hurst) ou o abuso de estupefacientes e álcool pelos jovens na década de ’90.


Alexandre Castro admite que o resultado final é fruto do “trabalho de equipa, com muito sangue, suor e lágrimas”.


O processo começa com brainstormings, seja para determinar o rumo de uma personagem durante 30 ou 40 episódios ou para decidir o final de um episódio específico. Depois, divide-se tudo em três fases: as grelhas – onde se define o que acontece em cada cena de cada episódio – os diálogos e a revisão final. Et voilá!